sábado, 30 de janeiro de 2016

Artigo - DEFICIÊNCIA FÍSICA E SEU IMPACTO NO AMBIENTE ESCOLAR

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Campus Universitário de Bauru

Faculdade de Ciências

Departamento de Educação






DEFICIÊNCIA FÍSICA E SEU IMPACTO NO AMBIENTE ESCOLAR





Aline TiemiTerasawa
Eliana Aparecida Toledo da Silva
Janaina de Lopes Almeida
Letícia Nascimento
Rodrigo ChechiMarineli
Vivianne Ferreira dos Santos










BAURU
2016


UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Campus Universitário de Bauru
Faculdade de Ciências
Departamento de Educação





DEFICIÊNCIA FÍSICA E SEU IMPACTO NO AMBIENTE ESCOLAR



Aline TiemiTerasawa
Eliana Aparecida Toledo da Silva
Janaina de Lopes Almeida
Letícia Nascimento
Rodrigo ChechiMarineli
Vivianne Ferreira dos Santos



Trabalho apresentado para avaliação da disciplina Conteúdos e Metodologia do Educação Inclusiva, ministrada pela Professora Doutora Vera Lucia Messias Fialho Capellini






BAURU
2016



RESUMO
O presente artigo abordará sobre o deficiente físico no âmbito da inclusão escolar. O MEC é responsável por estabelecer as diretrizes da Educação Especial no Ensino Básico, dando suporte ao sistema regular de ensino na inserção dos alunos com deficiências. Apesar disso, observa-se que muitas vezes não há ambiente adequado para estes alunos, sendo que os professores têm de se adaptar de outras maneiras para promover a inclusão do aluno com deficiência. Este artigo apresenta tipos e causas de deficiências físicas, a fim de elucida-las, para então levantar questões sobre como incluir o aluno com deficiência em sala de aula. A discussão sobre inclusão destas crianças ainda ocorre muitas vezes de forma tímida, porém deve ser feita de forma enfática pelo conjunto direção–professores–família–sociedade. É de importância absoluta que a criança com deficiência possa ser inserida na sociedade, a fim de quebrar os tabus e preconceitos historicamente conhecidos pela população.

Palavras-chave:Deficiência Física, Educação Inclusiva, Educação Especial

ABSTRACT
This article discusses about the handicapped within the school inclusion. The MEC is responsible for establishing the guidelines of Special Education in Basic Education, supporting mainstream education in the integration of students with disabilities. Nevertheless, it is observed that there is often no suitable environment for these students, and teachers have to adapt in other ways to promote the inclusion of students with disabilities. This paper presents types and causes of disabilities in order to elucidate them and then raise questions about how to include students with disabilities in the classroom. The discussion on inclusion of these children still occurs often in a shy way, but must be made emphatically by the joint direction-teachers-family-society. It is of absolute importance that children with disabilities can be inserted in society, in order to break the taboos and prejudices historically known by the population.

Keywords: Inclusive Education, Physical Disability, Special Education.

INTRODUÇÃO
O trabalho abordará sobre o deficiente físico no âmbito da inclusão escolar, visto que no inciso III do Art. 208 da Constituição Brasileira cita o “atendimento educacional especializado as pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. O MEC, por exemplo, em sua Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEEP, 1994), estabelece como diretrizes da Educação Especial dar suporte ao sistema regular de ensino na inserção dos alunos com deficiências. Esta definição foi reforçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº9.394/96), como também nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
A inclusão destes alunos nas salas regulares é vista muitas vezes como um problema, pois, não há ambientes adaptados as diversas deficiências de forma qualificada, visando suprir as necessidades encontradas tanto pelo aluno quanto pelo professor. O professor necessita em dar um suporte superior a que se espera e não conhecendo as necessidades e as suas causas acaba-se não obtendo o resultado esperado e nem conseguindo atingir todos os objetivos.
O deficiente físico acaba tendo dificuldades em se locomover, de estar executando atividades satisfatoriamente comparado ao aluno comum. Então o professor necessita conhecer o seu aluno, elaborar atividades que sejam adaptadas as suas dificuldades e limitações de forma positiva, para que seja alcançado os resultados de forma geral.
É de extrema necessidade que o profissional consiga trabalhar a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Neste caso abordaremos a importância destes fatores a serem trabalhados, suas causas e seus efeitos na vida destes alunos.
O ambiente escolar é de extrema importância na vida acadêmica de cada aluno, sendo ele deficiente ou não, prezando sempre pela qualidade de ensino/aprendizagem, tanto pedagogicamente como humanamente. Sendo assim o artigo abordará os diversos modos de ser um deficiente físico, podendo ocorrer geneticamente ou vindo acontecer através de algum tipo de acidente e como lidar com este tipo de aluno, trabalhando de acordo com suas limitações, e como o professor poderá ajudar e auxiliar este aluno no cotidiano da sala de aula, sem restrições de conteúdos a serem trabalhados com a sala em geral.
O aluno com deficiência seja ela qual for, sofre preconceitos e acaba se sentindo constrangido perante aos amigos da sala. Conhecendo suas dificuldades e entendendo as necessidades que este aluno precisa, o professor pode a vir a elaborar atividades em grupos, onde os demais membros deste grupo precisem da ajuda de todos para estar realizando a atividade, percebendo que cada um tem seu valor e sua contribuição para obter o resultado esperado, independente das diferenças e das dificuldades encontradas no percurso até chegar ao objetivo desejado. Para isso, é de extrema importância a qualificação deste profissional que muitas vezes acaba sendo de prejudicada por conta de algumas ignorâncias.
Porém cabe ao professor buscar o conhecimento de seu aluno para que se possa desenvolver toda sua parte intelectual, pedagogicamente, de forma a qualificar este aluno e prepara-lo para o próximo ciclo, para que ele esteja capacitado para a próxima etapa acadêmica.

DEFICIÊNCIA FÍSICA – DEFINIÇÃO
Segundo o Decreto 5.296/2004, é considerada deficiência física qualquer“alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções” (BRASIL, 2004). A deficiência física possui várias causas.
São causas comuns:
·                    Paralisia Cerebral: por prematuridade, anóxia perinatal, desnutrição materna, rubéola, toxoplasmose, trauma de parto, subnutrição, outras;
·                    Hemiplegias: por acidente vascular cerebral, aneurisma cerebral, tumor cerebral e outras;
·                    Lesão medular: por ferimento por arma de fogo, ferimento por arma branca, acidentes de trânsito, mergulho em águas rasas, quedas, processos infecciosos, processos degenerativos e outros;
·                    Amputações: causas vasculares, traumas, malformações congênitas, causas metabólicas e outras;
·                    Má formações congênitas: por exposição à radiação, uso de drogas, causas desconhecidas;
·                    Artropatias: por processos inflamatórios, processos degenerativos, alterações biomecânicas, hemofilia, distúrbios metabólicos e outros.

Portanto, assim como há variadas causas de deficiência física, há variados tipos de deficiência física, de acordo com o segmento corporal atingido, e se ela é total ou parcial:
·                    Paraplegia:Perda total das funções motoras dos membros inferiores;
·                    Paraparesia: Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores;
·                    Monoplegia: Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior);
·                    Monoparesia            : Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior);
·                    Tetraplegia: Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
·                    Tetraparesia: Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
·                    Triplegia: Perda total das funções motoras em três membros.
·                    Triparesia: Perda parcial das funções motoras em três membros.
·                    Hemiplegia: Perda total das funções motoras de um hemisfériodo corpo (direito ou esquerdo).
·                    Hemiparesia: Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).
·                    Amputação: Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro.
·                    Paralisia Cerebral: Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental.
·                    Ostomia: Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, ostio) na parede abdominal para adaptação de bolsa de coleta; processo cirúrgico que visa à construção de um caminho alternativo e novo na eliminação de fezes e urina para o exterior do corpo humano (colostomia: ostoma intestinal; urostomia: desvio urinário).

A DEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLA
Por lei, toda escola é obrigada a aceitar qualquer aluno com deficiência. Porém o que vemos é um certo receio quando os pais ou responsáveis chegam na escola para fazer a matrícula e informam a condição da criança. Os professores e a direção da escola não se sentem preparados em receber a criança com deficiência. Porém, o que fazer quando ele chega?
O primeiro passo é se munir de informação: qual tipo de deficiência esse aluno apresenta?, possui diagnóstico?, já foi pra escola? Essas são algumas perguntas que a equipe da escola deve fazer inicialmente à família. Então, com as devidas informações coletadas, a escola deve se preocupar em adaptar o ambiente escolar para a deficiência: se há rampas, banheiro acessível, entre outras adaptações visando atender o aluno.
Normalmente em escolas públicas, existe a figura do professor de Educação Especial, e é ele quem vai acompanhar o aluno de perto em suas necessidades relacionadas à deficiência física. O professor de Educação Especial vai ajudar o professor da sala regular a adaptar o currículo, conforme a necessidade do aluno. Deve se ter em mente que as adaptações de currículo só podem ser feitas depois de pesquisa sobre o histórico da criança e de uma observação em sala de aula, pois muitas vezes a necessidade de adaptação é mínima ou nenhuma.
Dentro da sala de aula, o professor da classe regular deve se informar sobre o aluno, e procurar ajuda-lo a se inserir dentro da sala. Deixar sempre claro para os outros alunos e pais que o aluno com deficiência é apenas diferente, com suas capacidades e limitações. Mantê-lo inserido dentro da sala é extremamente importante, não o deixando deslocado.
Portanto, é o conjunto direção–professores–família que permite que o aluno com deficiência tenha sucesso em sua carreira escolar, sendo aceito como é, sem que suas limitações o definam enquanto pessoa e cidadão.

Considerações finais
Após a discussão, percebe-se que a inclusão de alunos com deficiência é uma questão a ser discutida pela escola. Tais questões que advém da falta de estrutura, a falta de profissionais capacitados, e, principalmente a falta de comprometimento das autoridades responsáveis por inserir a criança com deficiência nas escolas. Em muitos casos, o aluno com deficiência é imposto a uma sala de aula em que o professor não é preparado para receber essa criança. Dessa forma, o aluno fica sem atendimento adequado, e, o professor, o responsável por desenvolver as habilidades necessárias para que essa criança tenha autonomia e independência, não é capacitado para isso. Em certos casos, o aluno necessitará sempre de um cuidador para acompanhá-lo.
A escola, é de importância absoluta para que a criança com deficiência possa ser inserida na sociedade, é ela, a instituição responsável por quebrar os tabus e preconceitos historicamente conhecidos pela população. É importante que o professor tenha conhecimento para trabalhar com o aluno com deficiência em sala de aula e que também faça a mediação para que esse aluno não sofra preconceitos. Além disso, o professor precisa conhecer o tipo de deficiência que seu aluno tem, receber as orientações médicas e conhecer os tipos de medicamentos e os efeitos que eles podem causar na criança.
No decorrer do trabalho, foram apresentados diversos tipos de deficiência e as causas delas. Não é necessário que o professor tenha conhecimento absoluto das inúmeras causas e tipos de deficiência física, mas é necessário que o docente esteja atualizado das diversas maneiras de ensinar, logo que, A deficiência física, pode ser entendida como a apresentação de algum comprometimento de uma ou diversas funções motoras de um organismo físico, podendo variar de grau (leve, moderada ou grave) de acordo com cada indivíduo e sua abrangência. Na sociedade esta é uma definição que merece atenção, pois é a partir do entendimento e compreensão do que é a deficiência física e quais as necessidades que esta abarca que são tomadas decisões com objetivo de melhorias no atendimento, inclusive educacional destes indivíduos.
Portanto, conclui-se que a escolarização do deficiente físico é necessária tanto para o aluno como para a sociedade. A escola é o lugar certo para quebrar os preconceitos e o lugar responsável por contribuir no desenvolvimento dessa criança. É, também, necessário que os professores busquem conhecimentos para poder trabalhar com o aluno em sala de aula, para todo e qualquer tipo de deficiência é preciso que o professor seja o maior defensor no aprendizado desses alunos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AMPUDIA, R. O que é deficiência física? Revista Nova Escola, Agosto, 2011.
BRASIL. Decreto Nº 3.298, de 20 de Dezembro de 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm
BRASIL. Decreto Nº 5.296 De 2de Dezembro de 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Secretaria de Educação Especial. Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação especial: área da deficiência visual. Brasília: MEC: SEESP, 1995.
BRASIL: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Sala de Recursos Multifuncionais: espaços para o Atendimento Educacional Especializado. Brasília: MEC/SEESP, 2006.
BRASIL: MPT/Comissão de Estudos para inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho. A Inserção da pessoa portadora de deficiência e do beneficiário reabilitado no mercado de trabalho.Brasília/DF, 2001.
DEFICIENTES EM AÇÃO. Deficiência Física: Definições. Disponível em: http://www.deficientesemacao.com/deficiencia-fisica.
HUGONNIER-CLAYETTE, S. P. et al. As deficiências visuais: deficiências e readaptações. Tradução de Maria José P. Isaac. São Paulo: Monole, 1989.
MIRANDA, M, J, C. Inclusão escolar e deficiência visual: Trajetória e Processo. Revista Ibero-americana de Estudos em Educação,v. 3, n. 1 e 2, 2008.

PAULINA, I. A inclusão de crianças com deficiência física. Revista Nova Escola, Outubro, 2006.   

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